"Hipátia distinguiu-se na
matemática, na astronomia, na física e foi ainda responsável pela escola de
filosofia neoplatônica - uma extraordinária diversificação de atividades para
qualquer pessoa daquela época. Nasceu em Alexandria em 370. Numa época em que
as mulheres tinham poucas oportunidades e eram tratadas como objetos, Hipátia
moveu-se livremente e sem problemas nos domínios que pertenciam
tradicionalmente aos homens. Segundo todos os testemunhos, era de grande
beleza. Tinha muitos pretendentes mas rejeitou todas as propostas de casamento.
A Alexandria do tempo de Hipátia - então desde há muito sob o domínio romano -
era uma cidade onde se vivia sob grande pressão. A escravidão tinha retirado à
civilização clássica a sua vitalidade, a Igreja Cristã consolidava-se e tentava
dominar a influência e a cultura pagãs."
Carl Sagan, em Cosmo
Essa grande mulher de Alexandria, Hipátia, tem sua história
contada pelo cineasta espanhol (nascido no Chile), Alejandro Amenábar, no filme
“Alexandria”. Sua versão sobre a história dessa astrônoma nos mostra, entre os
confrontos políticos e religiosos da época, que Hipátia e de seus discípulos
tinham um grande amor pela sabedoria e pelas artes do Antigo Mundo, pelos seus livros
e seus documentos. As ruas de Alexandria e todo o esplendor de sua biblioteca –
a maior do mundo naquele tempo, de seu museu e do seu farol, símbolos da propeperidade de Alexandria, são exibidos com uma fotografia primorosa.
Filha de
Theon, um renomado filósofo, astrônomo, matemático, autor de diversas obras e
professor em Alexandria, Hipátia aprendeu desde muito cedo a amar a filosofia,
as artes, a astronomia, a matemática, a oratória e retórica. Era uma mulher
forte e apaixonada por achar respostas plausíveis para os mistérios do mundo, principalmente,
os que eram relacionados aos astros celestes que tanto observava e intrigava.
Nunca se casou, pois se considerava casada com a verdade.
O seu fim trágico mostrou o quanto a intolerância religiosa e fundamentalista é
nociva à liberdade intelectual.
E por falar em fundamentalismo religioso, o Egito ainda não se livrou dele. Em meio a atual crise política, há chefes dos grupos e partidos islamistas querendo abocanhar o poder e disseminar suas ideias contrárias às ideias defendidas por Hipátia e seus discípulos.
Abaixo segue as frases proferidas pelo egípcio Yusuf
al Qaradawi, um dos líderes na irmandade mulçumana que, segundo a matéria de
Julia Carvalho, publicada na revista Veja de 02/março/2011, “adota a postura de médico ou de
monstro, conforme a plateia”. Vejam:
“Depois da libertação do Iraque, faltará
conquistar Roma. Isso significa que o Islã vai retornar à Europa pela terceira
vez. Vamos conquistar a Europa. Vamos conquistar a América.”
Em uma conferência promovida pela Maya,
organização de mulçumanos jovens, em Toledo, EUA, em 1995
“Foi com grande pesar que ouvi o grande imã de Meca dizer ser proibido
matar civis mesmo em Israel.”
Participando de um debate sobre ataques suicidas
promovido pela revista Middle East Quarterly, em 2003
“Podem até haver algumas mulheres que não concordem
em apanhar do marido e vejam a punição como humilhação. Muitas mulheres, porém,
gostam de apanhar e consideram adequado que o marido bata nelas apenas para
fazê-las sofrer.”
Participando
em 2004 da Conferência de Clérigos
Mulçumanos sobre as Regras Religiosas
para o Espancamento de Esposas
“O plano do estado mulçumano é se expandir e
cobrir a Terra.”
Em artigo escrito em 2007 para o site IslamOnline.net
“A circuncisão feminina
(mutilação genital) não é obrigatória, mas os pais devem submeter suas filhas a
ela se quiserem. Pessoalmente, sou favorável a isso.”
Em artigo no IslamOnline.net, 2007
Pessoal, eu fiz um vídeo sobre a filósofa em meu canal no Youtube, e chama-se "Hipátia de Alexandria, feminismo e liberdade de expressão". Quem quiser, só entrar aqui e dar uma conferida: http://youtu.be/sWPQJpfUL0s
ResponderExcluir